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Fundo Phoenix compra Emae por R$ 1 bilhão na primeira privatização de Tarcísio em SP

Última estatal de energia do governo paulista tem como principal ativo o complexo de Henry Borden

  • Data: 19/04/2024 17:04
  • Alterado: 19/04/2024 17:04
  • Autor: Redação
  • Fonte: Thiago Bethônico, Victória Batalha e Lucas Leite/Folhapress
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Crédito:Rovena Rosa/Agência Brasil

O Fundo Phoenix saiu vencedor do leilão de privatização da Emae, última empresa de energia controlada pelo Governo de São Paulo. Com uma oferta de R$ 70,65 por ação, o grupo arrematou toda a fatia que o estado possui na companhia, numa transação de mais de R$ 1,04 bilhão.

O certame marca a primeira desestatização da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Antes mesmo de assumir o cargo, o governador prometeu que venderia a Emae primeiro para depois negociar a Sabesp, considerada a joia da coroa de sua agenda privatista.

Em uma disputa com muitos lances, o resultado superou com folga a arrecadação mínima esperada, de R$ 780 milhões. Além do Fundo Phoenix, outros dois grupos participaram do leilão desta sexta, a francesa EDF e a Matrix Energia.

O preço mínimo por ação foi estabelecido no edital em R$ 52,85. O critério para definir o vencedor era quem oferecesse o maior ágio sobre esse valor.

A disputa foi decidida na etapa viva-voz, quando as proponentes vão aumentando seus lances. Como as ofertas enviadas por escrito tiveram uma diferença inferior a 20%, as empresas puderam fazer novas propostas.

Nas ofertas por escrito, o Fundo Phoenix ofereceu o melhor preço: R$ 58,15 (ágio de 10,03%). Já a EDF propôs pagar R$ 56,30 por ação (ágio de 6,53%). A Matrix Energia deu lance inicial de R$ 52,85 (sem ágio).

Após 26 rodadas, o Fundo Phoenix deu o lance vencedor, com 33,68% de ágio, e levou todas as 14,75 milhões de ações que garantem o controle da companhia.

Remanescente da privatização da Eletropaulo, a Emae administra quatro usinas de energia no estado, que somam potência instalada de 960,8 MW (megawatts).

A maior parte dessa capacidade vem do complexo Henry Borden, em Cubatão, com capacidade instalada de 889 MW. A hidrelétrica é hoje o principal ativo da companhia, que também opera os reservatórios Billings, Guarapiranga, Rio das Pedras e Pirapora, bem como barragens, diques e balsas que atravessam esses sistemas.

A Emae também administra o trecho canalizado do rio Pinheiros na capital, inclusive fazendo o controle de cheias do curso d’água.

Com um valor de mercado de R$ 2,3 bilhões, segundo o governo, a empresa tem receita líquida de R$ 532 milhões e patrimônio líquido de R$ 1,16 bilhão.

A privatização da Emae vinha sendo desenhada desde a gestão João Doria (PSDB). O processo foi colocado como prioridade por Tarcísio. No ano passado, o Tribunal de Contas do Estado chegou a suspender a venda da empresa após requerimento do deputado estadual Emídio de Souza (PT), mas o processo foi liberado na sequência.

O leilão desta sexta chegou a ser descrito como “badalado” pelo governador. No entanto, ao longo das últimas semanas, companhias que estavam estudando o projeto foram desistindo.

Uma delas é a Eletrobras, que hoje tem 64,8% das ações preferenciais e 39% do capital total. Outros grupos que estavam interessados, mas abandonaram o leilão foram a Auren (Votorantim), a Âmbar (J&F), a Serena (ex-Omega Energia) e a Energo-pro, empresa Tcheca que não topou o preço mínimo da ação.

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  • Data: 19/04/2024 05:04
  • Alterado: 19/04/2024 05:04
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  • Thiago Bethônico, Victória Batalha e Lucas Leite/Folhapress









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